quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Devaneio noturno

Já passava de 2 horas da madrugada. O sono ainda não dava sinal. Ouviu um barulho. Resolveu ir até a janela. Era a chuva que caía sob o chão. Até pensou em tomar um banho. Como era bom "limpar" os pensamentos com a água da chuva. Mas estava frio demais. Apenas deixou uma fresta para escutar os pingos enquanto se enrolava no edredon. Já era praxe dormir com eles, pensamentos mais absurdos. Sempre chegavam e a levavam para uma viagem além daquele quarto. Começou a pensar na vida. O que poderia ter sido feito. O que fez. Por um instante quis estar longe dali. Quis estar ao lado de um futuro que, acredita, ainda chegará. Não da maneira que aparece em seus sonhos, nada foi tão perfeitinho até agora. Mas da maneira que deverá ser. O que virá? Uma cama confortável, um bom livro na cabeceira e um beijo pela manhã. Se não fosse exigir demais queria ainda um bom encanamento. Mas tem dias em que os ponteiros demoram a correr. E o futuro, para ela, continua no tempo mais-que-imperfeito. Depois pensou em seus amores. Os que teve e os que idealizou. Lembrou de coisas que disse e frases que escutou. Percebeu porque alguns não deram certo (nem nunca dariam) e não entendeu como é que outros não aconteceram. O sorriso no rosto mostra a paixão no peito. Fica perdida no meio de tantos desejos e tantas indagações. Palpitações. A imaginação confunde com a realidade. Não sabe mais em que acreditar, só sabe sentir. A luz da Lua invade o quarto escuro enquanto ela suspira. Cria diálogos. Devaneia. Junta pessoas, encaixa situações. Sente raiva, logo depois está feliz. Procura um plano para achar a vida brilhante. Eis que os olhos fecham...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Chapeuzinho Vermelho


Se a história da Chapeuzinho Vermelho fosse verdade, como ela seria contada na imprensa no Brasil? Veja as diferentes maneiras de contar a mesma história.

Jornal Nacional
(William Bonner): 'Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...'

(Fátima Bernardes): '....mas a atuação de um caçador evitou a tragédia.'

Programa da Hebe
'...que gracinha, gente! Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?'

Cidade Alerta
(Datena): '...onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? A menina ia pra casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... um lobo, um lobo safado. Põe na tela, primo! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não!

Superpop
(LucianaGimenez) : 'Geeente! Eu tô aqui com a ex-mulher do lenhador e ela diz que ele é alcoólatra, agressivo e que não paga pensão aos filhos há mais de um ano. Abafa o caso!'

Globo Repórter
(Chamada do programa): 'Tara? Fetiche? Violência? O que leva alguém a comer, na mesma noite, uma idosa e uma adolescente? O Globo Repórter conversou com psicólogos, antropólogos e com amigos e parentes do Lobo, em busca da resposta. Hoje, no Globo Repórter.'

Revista Veja
Lula sabia das intenções do Lobo.


Revista Isto É
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.

Revista Playboy
(Ensaio fotográfico do mês seguinte): ' Veja o que só o lobo viu'.

Revista G Magazine
(Ensaio com o lenhador) 'O lenhador mostra o machado'.

Revista Tititi
Lenhador e Chapeuzinho flagrados em clima romântico em jantar no Rio.


O Estado de São Paulo
Lobo que devorou menina seria filiado ao PT.

O Globo
Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT, que matou um lobo para salvar menor de idade carente..

O Dia
Lenhador desempregado tem dia de herói

Extra
Promoção do mês: junte 20 selos mais 19,90 e troque por uma capa vermelha igual a da Chapeuzinho!

O Super
Sangue e tragédia na casa da vovó.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

"O sotaque das mineiras" por Felipe P. Braga Neto

O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar...
Afinal, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais,
como é que o falar, sensual e lindo das moças de Minas ficou de fora?

Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia nascer com tarja preta avisando:
'ouvi-la faz mal à saúde'. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: 'só isso?'. Assino, achando que ela me faz um favor.

Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma.
Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano,

só pelo sotaque.

Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho. Não dizem: pode parar, dizem: 'pó parar'. Não dizem: onde eu estou?, dizem: 'onde queu tô?' Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem - lingüisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs.

Digo-lhes que não. Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço. Faz sentido....

Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: 'cê tá boa?' Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário...

Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: _ Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc). O verbo 'mexer', para os mineiros, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.

Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz:

'- Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô.'

Esse 'aqui' é outra delícia que só tem aqui. É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer 'olá, me escutem, por favor'. É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.

Mineiras não dizem 'apaixonado por'. Dizem, sabe-se lá por que, 'apaixonado com'. Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: 'Ah, eu apaixonei com ele...' Ou: 'sou doida com ele' (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro)...

Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal. Aqui certas regras não entram.

São barradas pelas 20 montanhas.

Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer:

- 'Eu preciso de ir..' Onde os mineiros arrumaram esse 'de', aí no meio, é uma boa pergunta... Só não me perguntem! Mas que ele existe, existe. Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório.

No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa... O supermercado não estará lotado, ele terá um tanto de gente.

Se a fila do caixa não anda, é porque está agarrando lá na frente.
Entendeu? Agarrar é agarrar, ora!

Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena,
suspirará: '- Ai, gente, que dó.'

É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras...

Não vem caçar confusão pro meu lado! Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro 'caça confusão'. Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele 'vive caçando confusão'.

Ah, e tem o 'Capaz...' Se você propõe algo a uma mineira, ela diz: 'capaz' !!!

Vocês já ouviram esse 'capaz'? É lindo. Quer dizer o quê?
Sei lá, quer dizer 'cê acha que eu faço isso'!? com algumas toneladas de ironia. Se você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: 'ô dó dôcê'. Entendeu? Não? Deixa para lá.

É parecido com o 'nem...' . Já ouviu o 'nem...'? Completo ele fica: '- Ah, nem....' O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum. Você diz: 'Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?'. Resposta: 'nem....' Ainda não entendeu? Uai, nem é nem. Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?

Preciso confessar algo: minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras. Aliás, deslizes nada. Só porque aqui a língua é outra,
não quer dizer que a oficial esteja com a razão.

Se você, em conversa, falar: 'Ah, fui lá comprar umas coisas....' ' _Que' s coisa?' - ela retrucará... O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o 'que'!

Ouvi de uma menina culta um 'pelas metade', no lugar de 'pela metade'.
E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará: - Ele pôs a culpa 'ni mim'.

A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios, em Minas... Ontem, uma senhora docemente me consolou: 'preocupa não, bobo!'.
E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras
nem se espantam. Talvez se espantassem se ouvissem um: 'não se preocupe', ou algo assim. F órmula mineira é sintética e diz tudo.

Até o tchau, em Minas, é personalizado. Ninguém diz tchau, pura e simplesmente. Aqui se diz: 'tchau pro cê', 'tchau pro cês'. É útil deixar claro o destinatário do tchau....

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Felicidade clandestina,Clarice Lispector

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía "As reinações de Narizinho", de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberto, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns intantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Pareceu que eu já pressentia. como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Chega a Primavera...



Em setembro
eu desperto e desabrocho
Eu renasço
Para aguardar a primavera...
Visto um jardim
numa saia de algodão
E rodopio de pés no chão
Ponho a rede no quintal
Me disfarço em passarinho
Me pinto de borboleta
E colorida me diluo
me desfaço em todas
as cores da paleta
Para aguardar a primavera...
No equinócio reapareço
Sou Venus
Fico bela
livre e contente
resplandeço
Sol em Libra
Viro vida ensolarada
Foi-se o frio
Valeu a espera
Vou por aí apanhar flores
Que venha enfim
a primavera!

domingo, 20 de setembro de 2009

Sagitarianas

Eu nasci em 11/12,por isso meu signo é sagitário.Não acredito em horóscopo,mas acredito nas características dos signos.Então resolvi postar o meu perfil astral.
As sagitarianas são muito independentes, e não abrem mão da própria personalidade e da independência por nada nem ninguém!
Quando quiser que ela faça algo, peça-lhe. Não tente mandar nela. Ela gosta de ser protegida, mas não gosta de ser mandada. Se nem mesmo seu pai consegue domina-la, não vai ser qualquer um que vai achar que pode lhe dar ordens!
Quanto mais nervosa ela fica, mais sarcástica e cínica se torna. A sagitariana pode manda-lo para o inferno com um grande sorriso nos lábios e ainda ridiculariza-lo na frente de todos, como se estivesse se divertindo. Ela tem esta capacidade de torna-lo o bobo da corte, e ainda sair por cima como se nem tivesse sentido a força de suas ofensas. Mas nem sempre ela será tão "amável" assim, quando estiver realmente irritada. Enfrentar a raiva desta mulher não é a melhor coisa do mundo. Como todo sagitariano, ela não é de armar o barraco, mas se resolver faze-lo é melhor se esconder até a tempestade passar. Afinal, não é prudente brigar com um signo que é metade gente, metade cavalo, e a metade humana ainda está armada!
Feliz daquele que tem a sorte de ter uma mulher de sagitário como amiga. Ela alegrará suas festas, será sua melhor confidente e sempre estará ao seu lado quando todos seus amigos tiverem abandonado o barco. Ela é tão generosa, paciente e atenciosa com todos os amigos, que seu telefone dificilmente fica muito tempo sem tocar. Ela é uma das poucas mulheres que costuma ter amigos de infância. Sim, eu disse amigos. Os mesmos que rolavam com ela na rua enquanto jogavam bola, e que um dia perceberam que aquela garota com jeito desajeitado de moleque, que andava descalça, um dia se tornou uma linda mulher.
Tentem reparar em uma sagitariana andando. Vejam como ela é uma mulher elegante e confiante, mesmo quando tropeça e sai derrubando tudo pelo caminho! Sim, a coisa mais difícil de encontrar é uma sagitariana que não seja um pouco desajeitada.
Também costuma ter uma atitude um tanto displicente em relação a envolvimentos amorosos, o que pode levar algumas pessoas a achar que é uma mulher fria e insensível. Puro engano! Ela se emociona ao assistir um filme triste e sonha com você durante as noites em que estiver solitária, mesmo que nunca confesse isto. É possível que ela tenha guardado todos os bilhetes de amor que você escreveu, restos de flores que enviou e a primeira entrada do cinema que foram juntos. Mas não espere ver este seu tesouro tão cedo! A sagitariana não gosta de revelar seus segredinhos de amor. Deixar que você veja estes segredos é assumir que está apaixonada. E ela odeia sentir-se fragilizada!
A idade realmente não importa quando o assunto é a sagitariana. Elas permanecem meninas mesmo quando envelhecem. E elas adoram ser tratadas como meninas sapecas que não param no canto, sempre prontas a correr na rua com os garotos! E, é esta alegria de viver, este eterno otimismo que encantam a todos que a conhecem! Nenhuma mulher pode ser tão apaixonada pela vida quanto à sagitariana, e transmitir este amor por todos os cantos por onde passa. Estar ao seu lado é viver o bom humor e acreditar no futuro.
Não importa que ela tenha milhões de amigos que ocupam grande parte do seu tempo, nem que passe o tempo todo planejando viagens ou sonhos que ainda quer realizar. Amar uma mulher de sagitário é recompensador e nunca é monótono. A melhor maneira que elas tem para demonstrar o que sentem, é pela a ação.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Quando meu corpo dança


Eu danço aquele dia. Danço aquilo que fiz. Danço aquilo que pensei. Danço aquilo que senti.
Danço aquela conquista, quando me achei a mulher mais feliz do mundo. No mover dos meus braços está aquela felicidade. Estão em meu rosto todos os sorrisos...
Danço aquela lembrança, aquele passado nunca esquecido. Nas minhas pernas está esse caminhar longínquo enquanto danço...
Danço aquele alguém. Danço o amor. Está em meus olhos enquanto me movo...
Danço aquele beijo. Meu corpo desenha aquela noite... o sentir da pele, do outro corpo... o nós dois nos momentos em que fomos um...
Danço aquela discussão que tivemos. E aquela que não. A raiva que senti está em meu rosto, enquanto meu corpo faz aquele movimento... sai pelos meus poros junto ao suor...
Danço aquela dor. Meu corpo diz... Diz sobre meus medos e minhas angústias enquanto danço...
Danço aquilo que gostaria de falar e não falei. Digo com o meu corpo enquanto danço. Quando travei meus dentes com força para prender as palavras que queriam sair... não saíram naquele momento, mas saem naquele giro...
Danço aquela mágoa, deixando passar o momento. Era sofrimento. Torna-se perdão naquele salto...
Danço aquele choro. Meu corpo desenha as lágrimas e diminui o tamanho daquela dor enquanto danço...
Danço os meus segredos. Os mais íntimos e indizíveis. Meu corpo escreve essas palavras não ditas enquanto danço. Até os meus dedos movimentam essas sensações...
Danço os meus sonhos, minhas fantasias... estão em cada passo. Meu corpo paira sobre nuvens... são os meus sonhos esquecidos... perdidos... estão ali enquanto danço...
Danço a minha vida. Os movimentos, ao mesmo tempo que refletem, revivem... vivem... resolvem... tocam... terminam... começam...
Mostram e me tornam aquilo que sou...
Danço tudo de mim.
Danço a mim mesma...
E, ao fim, ofegante... respiro a minha história.


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Émile Durkheim


"O papel do Estado, com efeito, não é exprimir, resumir o pensamento irrefletido da multidão, mas sobrepor , a esse pensamento irrefletido, um pensamento mais meditado e, por força, diferente. É, e deve ser, foco de representações novas, originais, as quais devem por a sociedade em condições de conduzir-se com maior inteligência que quando é simplesmente movida dos sentimentos obscuros, a agir dentro dela."
Émile Durkheim
Hoje resolvi escrever sobre sociologia,pois me lembrei muito com das aulas que tive no primeiro período.Apaixonada assumida por essa matéria e em especialmente por Durkheim vou falar um pouco dele, formou-se em Filosofia, porém sua obra inteira é dedicada à Sociologia. Seu principal trabalho é na reflexão e no reconhecimento da existência de uma "Consciência Coletiva". Ele parte do princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste.

A este processo de aprendizagem, Durkheim chamou de "Socialização", a consciência coletiva seria então formada durante a nossa socialização e seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse "tudo" ele chamou de "Fatos Sociais", e disse que esses eram os verdadeiros objetos de estudo da Sociologia.

Nem tudo que uma pessoa faz é um fato social, para ser um fato social tem de atender a três características: generalidade, exterioridade e coercitividade. Isto é, o que as pessoas sentem, pensam ou fazem independente de suas vontades individuais, é um comportamento estabelecido pela sociedade. Não é algo que seja imposto especificamente a alguém, é algo que já estava lá antes e que continua depois e que não dá margem a escolhas.

O mérito de Durkheim aumenta ainda mais quando publica seu livro "As regras do método sociológico", onde define uma metodologia de estudo, que embora sendo em boa parte extraída das ciências naturais, dá seriedade à nova ciência. Era necessário revelar as leis que regem o comportamento social, ou seja, o que comanda os fatos sociais.

Em seus estudos, os quais serviram de pontos expiatórios para os inícios de debates contra Gabriel Tarde (o que perdurou praticamente até o fim de sua carreira), ele concluiu que os fatos sociais atingem toda a sociedade, o que só é possível se admitirmos que a sociedade é um todo integrado. Se tudo na sociedade está interligado, qualquer alteração afeta toda a sociedade, o que quer dizer que se algo não vai bem em algum setor da sociedade, toda ela sentirá o efeito. Partindo deste raciocínio ele desenvolve dois dos seus principais conceitos:Instituição social e Anomia.

A instituição social é um mecanismo de proteção da sociedade, é o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é manter a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele participam. As instituições são, portanto, conservadoras por essência, quer seja família, escola, governo, polícia ou qualquer outra, elas agem fazendo força contra as mudanças, pela manutenção da ordem.

Durkheim deixa bem claro em sua obra o quanto acredita que essas instituições são valorosas e parte em sua defesa, o que o deixou com uma certa reputação de conservador, que durante muitos anos causou antipatia a sua obra. Mas Durkheim não pode ser meramente tachado de conservador, sua defesa das instituições se baseia num ponto fundamental, o ser humano necessita se sentir seguro, protegido e respaldado. Uma sociedade sem regras claras (num conceito do próprio Durkheim, "em estado de anomia"), sem valores, sem limites leva o ser humano ao desespero. Preocupado com esse desespero, Durkheim se dedicou ao estudo da criminalidade, do suicídio e da religião. O homem que inovou construindo uma nova ciência inovava novamente se preocupando com fatores psicológicos, antes da existência da Psicologia. Seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da obra de outro grande homem: Freud.

Basta uma rápida observação do contexto histórico do século XIX, para se perceber que as instituições sociais se encontravam enfraquecidas, havia muito questionamento, valores tradicionais eram rompidos e novos surgiam, muita gente vivendo em condições miseráveis, desempregados, doentes e marginalizados. Ora, numa sociedade integrada essa gente não podia ser ignorada, de uma forma ou de outra, toda a sociedade estava ou iria sofrer as conseqüências. Aos problemas que ele observou, ele considerou como patologia social, e chamou aquela sociedade doente de "Anomana". A anomia era a grande inimiga da sociedade, algo que devia ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O papel do sociólogo seria, portanto, estudar, entender e ajudar a sociedade.

Na tentativa de "curar" a sociedade da anomia, Durkheim escreve "Da divisão do trabalho social", onde ele descreve a necessidade de se estabelecer uma solidariedade orgânica entre os membros da sociedade. A solução estaria em, seguindo o exemplo de um organismo biológico, onde cada órgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver, se cada membro da sociedade exercer uma função na divisão do trabalho, ele será obrigado através de um sistema de direitos e deveres, e também sentirá a necessidade de se manter coeso e solidário aos outros. O importante para ele é que o indivíduo realmente se sinta parte de um todo, que realmente precise da sociedade de forma orgânica, interiorizada e não meramente mecânica.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ainda te amo


Como tudo o que acontece na vida, um dia desses me apaixonei, foi de
repente, sem querer. Ao te ver senti uma coisa muito quente e sem
explicação, o coração forte começou a bater. Esse amor foi crescendo,
logo me envolvendo. Num simples dia me peguei em um sonho, unicamente
sem razão. Onde olho vejo você, mas dói viver se não for nos teus
braços, estar sem poder te tocar. Sempre que nos encontramos, perco os
sentidos, logo me vejo ao seu lado, sonhando com nós dois, em um único
sonho, dentro de um único coração. Não era a única que te amava, via-me
triste ao ver-te indeciso e em dúvida. Te querer e não te ter para mim é
o fim. Meu amor por vários motivos de aflição. Por ti chorei... Mas
estou firme na luta do viver... Em meus pensamentos, imagens de quem
por minutos foi feliz... Tudo em você é tão perfeito, seus olhos, sua
boca, você... Não sei se você me ama, mas o meu amor por você é imortal...
Por você faço loucuras, só para demonstrar o meu amor... Pena que não sou
correspondido, só sonhos, tudo em vão... Mas ainda te amo. Todo momento
de minha vida, passo chorando por um amor ilusionário. Se teu coração a
mim não pertence, o meu é inteiramente seu... Se mesmo assim não sabe
o quanto te amo: Não vou poder viver, sem ter você. Você é a minha
vida, minha razão de viver, tudo isso porque... Eu amo você.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O ser atleticano,por Roberto Drumond




Atleticano é diferente de qualquer outro torcedor
É diferente, pois não se restringe a ser
Somente torcedor
Ser Atleticano é como casamento
Na saúde e na doença
Nas alegrias e nas tristezas
Mesmo quando a doença parece não ir
E as Tristezas teimam em permanecer
O Atleticano é capaz de
Após uma derrota humilhante
Pegar a camisa no armário
E sair às ruas
Mesmo sendo alvo de piadas
Isso por que o Atleticano não torce por um time
Torce por uma nação
E tal qual em uma guerra
Um cidadão não renega um país
Mesmo que a derrota seja grande
O Atleticano apóia seu time na derrota
Pois os obstáculos engrandecem
Seu sentimento de nacionalismo
E que me perdoem os que têm apenas títulos
Claro que são importantes
Mas o Atleticano tem algo que os outros nunca terão
Tem paixão

Tem o Clube Atlético Mineiro."

Um dia a gente aprende...

Um dia a gente aprende que viver
não é sempre estar de mãos dadas com a felicidade.
Ter sempre um sorriso no rosto,
não é ser a pessoas mais feliz do mundo, mas sim a mais forte.
Brigar com o tempo porque não para de chover é ignorância,
porque a chuva é um presente de Deus,
assim como os dias
ensolarados.
O frio passa, o calor chega.
O mundo é perfeito,
só é imperfeito para aqueles que acreditam no poder.
Ter o trono não é questão de ser poderoso, mas sim covarde,
por só poder ser ouvido e não entendido.
Aproveitar o poder para ter a primeira e a última palavra
sem antes ouvir críticas e elogios é uma completa ignorância.
Um dia,
depois de muitos anos,
você encontra a razão,
e percebe que momentos de felicidade foram perdidos,
por um
inteligência que afirmava uma falsa razão.
Um dia você descobre que a
inteligência
atropelou seus instintos e tirou sua razão,
afogou seus sentimentos num mar chamado ilusão.
Um dia a tempestade passa,
e você aprende que tudo na vida tem seu valor.
E descobre que o valor da felicidade é saber o que é viver,
E o valor da vida,
É Aprender a amar!!! "

O lado mal do seu signo


O que nenhum astrólogo teve coragem de dizer... até agora.

Áries (21 de mar a 20 abr)

Você se acha muito honesto, integro, independente e poderoso....
Bom...Isso é o que você acha. Você adora mandar e botar tudo pra
"ferver", mas desde que do seu jeito, mesmo que seja na porrada.
Você não consegue influenciar ninguém, apesar de ficar o tempo
todo tentando exibir seu poder. Os arianos são ótimos juízes,
sogras e lutadores de jiu-jitsu.

Touro (21 abr a 20 mai)

Você tem uma determinação e trabalha como um condenado.
A maioria das pessoas pensa que você é um pão-duro e
cabeça-dura: estão certas. Sua persistência faz de você um puta de
um chato. Você é guloso, adora a natureza, o belo e ser amado.
Taurinos são bons tri-atletas, vendedores de enciclopédias e
decoradores.

Gêmeos (21 mai a 20 jun)

Você é comunicativo, curioso, bem humorado, inteligente e tem
duas caras. Sua inconstância e preguiça fazem de você um
manipulador de primeira. Você não liga pro que os outros sentem
e adora distribuir chifres por aí.
Geminianos costumam fazer muito sucesso na política, no circo,
na novela das oito e pulando cerca.

Câncer ( 21 jun a 22 jul)

Você é solitário, defensivo e compreensivo com os problemas das
outras pessoas, o que faz de você um xarope. Você se acha pé frio
e mal amado. Sua compaixão, sensibilidade e emotividade fazem do
homem de câncer uma tremenda de uma bichona.
Os cancerianos são ótimos cabeleireiros, melhores amigas e leitores
de romances.

Leão (23 jul a 22 ago)

Você se considera um líder natural. Os outros acham você um
idiota completo. Você é vaidoso, arrogante, orgulhoso e impaciente,
como se fosse a última coca-cola gelada do deserto e costuma lidar
com críticas na base da porrada. Os leoninos são excelentes guardas
de trânsito, ditadores e emergentes.

Virgem (23 de ago a 22 set)

Você é do tipo lógico, trabalhador, analítico, tímido e odeia desordem.
Sua atitude detalhista e organizada é enjoante para seus amigos e
colegas de trabalho. Você é frio, não tem emoções e freqüentemente
dorme enquanto está transando. Virginianos dão bons cobradores de
ônibus, costureiras e montadores de quebra-cabeças.

Libra ( 23 set a 22 out)

Você é do tipo artístico, discreto, equilibrado e idealista, com
muito gosto pelo harmonioso e esteticamente belo. Se você for
homem, provalvemente é gay. Você sente necessidade de proteger
os outros e lutar contra as injustiças, mas esperando algo em
troca. Os librianos são perfeitos na advocacia, arquitetura e
gerenciando casas noturnas.

Escorpião (23 out a 21 nov)

Você é o pior de todos: Desconfiado, vingativo, obsessivo,
rancoroso, frio, orgulhoso, pessimista, malicioso, cínico,
fofoqueiro e traiçoeiro nos negócios. Você é o perfeito filho
da p..., só ama a sua mãe e a si mesmo. O escorpiano leva
jeito para terrorista, nazista, dentista, fiscal de receita e juiz
de futebol.

Sagitário (22 de nov a 21 dez)

Você é otimista, aventureiro, entusiástico e tem uma forte
tendência a confiar na sorte. O que é necessário para quem é
imprudente,exagerado, indisciplinado, irresponsável, infantil,
sem concentração e limitado. Isso explica porque a maioria
dos sagitarianos são bêbados. São ótimos garçons, jornalistas
e bicheiros.

Capricórnio (22 dez a 20 jan)

Você é conservador, sério, frio e inflexível como uma baixela de
inox. Sua fidelidade e paciências não encobrem seu lado
materialista e ambicioso, mas quem se importa? Se a grana está
entrando.... Os capricornianos são um sucesso como bancários,
banqueiros, agiotas ou mesmo contando dinheiro em casa.

Aquário (21 jan a 19 fev)

Você tem uma mente inventiva e dirigida para o progresso. Você
mente e comete os mesmos erros repetidamente porque é imbecil e
teimoso. Adora novelas, se reunir em grupos e ser fashion.
Se você é homem.... cuidado!
Os aquarianos são ótimos sindicalistas e estilistas, às vezes,
ambos ao mesmo tempo.

Peixes (20 fev a 20 mar)

Você é do tipo sonhador, místico, sensível e costuma se doar
muito. Se você é homem, as suas chances de ser gay são muito
grandes.... Você é cheio de conselhos fúteis e não faz nada além
de encher o saco de todos que se aproximam de você. As piscianas
dão boas apresentadoras de programa infantil e atrizes pornôs

Alerta sobre drogas!

Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de "experimenta, depois, quando você quiser, é só parar..." e eu fui na dele.
Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", "da terra", que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do "Chitãozinho e Xororó" e em seguida um do "Leandro e Leonardo".
Achei legal, coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei a chamar todo mundo de "Amigo" e acabei comprando pela primeira vez. Lembro que cheguei na loja e pedi:
- Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano.
Era o princípio de tudo!
Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé.
Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... "Banda Eva", "Cheiro de Amor", "Netinho", etc. Com o tempo, meu amigo foi oferecendo coisas piores: "É o Tchan", "Companhia do Pagode", "Asa de Águia" e muito mais.
Após o uso contínuo eu já não queria mais saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer a bunda como eu nunca havia mexido antes, então, meu "amigo" me deu o que eu queria, um CD do "Harmonia do Samba".
Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, minha razão de existir.
Eu pensava por ela, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde o efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais...
Comecei a freqüentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir daí que começou a minha decadência.
Fui ao show de encontro dos grupos "Carametade" e "Só pra Contrariar", e até comprei a Caras que tinha o "Rodriguinho" na capa. Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro, meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo.
Não deu outra: entrei para um grupo de Pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma "música" que não dizia nada, eu e mais 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorriamos e fazíamos sinais combinados.
Lembro-me de um dia quando entrei nas Lojas Americanas e pedi a coletânea "As Melhores do Molejão". Foi horrível!!! Eu já não pensava mais!!! Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas "miseráveis" e letras pouco arrojadas.
Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir.
Cheguei ao fundo do poço, no limiar da condição humana, quando comecei a escutar "Popozudas", "Bondes", "Tigrões" e "Tapinhas". Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido.
Quando saía à noite para as festas pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos.
Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas; uns nobres queriam me mostrar o "caminho das pedras", outros extremistas preferiam o "caminho dos templos".
Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: a droga limpa.
Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de Rock, muita MPB, Progressivo e Blues. Mas o meu médico falou que é possível que tenha que recorrer ao Jazz e até a Mozart e Bach como medida extrema; isso asseguraria minha total recuperação.
Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam sua visão para as coisas boas e te oferecem drogas.
Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável e distante; vai perder as referências e definhar mentalmente.
Em vez de encher a cabeça com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte: não ligue a TV no domingo à tarde; não escute nada que venha de Goiânia ou do interior de São Paulo; não entre em carros com adesivos "Fui", "Chique no Urtimo", "É Nóis na Fita"...se te oferecerem um CD, procure saber se o suspeito apareceu no Sabadão do Gugu.
Não compre nenhum CD que tenha mais de 6 pessoas na capa.
Não vá a shows em que os suspeitos façam gestos ensaiados; não compre nenhum CD que a capa tenha nuvens ao fundo; não compre qualquer CD que tenha vendido mais de 1 milhão de cópias no Brasil; e não escute nada que o autor não consiga uma concordância verbal mínima. Mas, principalmente, duvide de tudo e de todos. A vida é bela! Eu sei que você consegue!
Diga não às drogas!
Autoria desconhecida

A cadeia da informação

DE: Diretor-Presidente.
PARA: Gerente.

Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17:00 horas, o cometa Halley estará nesta área.
Trata-se de um evento que ocorre a cada 78 anos. Assim, por favor, reúnam os funcionários no pátio da fábrica, todos usando capacete de segurança, quando explicarei o fenômeno a eles. Se estiver chovendo, não poderemos ver o raro espetáculo a olho nu. Sendo assim, todos deverão se dirigir ao refeitório, onde será exibido um documentário sobre o cometa Halley.

DE: Gerente.
PARA: Supervisor.

Por ordem do diretor-presidente, na sexta-feira, às 17:00 horas, o cometa Halley vai aparecer sobre a fábrica. Se chover, por favor,reúna os funcionários, todos com capacete de segurança, e os encaminhem ao refeitório, onde raro fenômeno terá lugar, o que acontece a cada 78 anos a olho nú.


DE: Supervisor.
PARA: Chefe de Produção.

A convite do nosso querido diretor, na sexta-feira às 17:00 horas, o cientista Halley, 78 anos, vai aparecer nú no refeitório da fábrica usando capacete, pois vai ser apresentado um filme sobre o problema da chuva na segurança. O diretor levará a demonstração para o pátio da fábrica.


DE: Chefe de Produção.
PARA: Mestre.

Na sexta-feira, às 17:00 horas, o diretor, pela primeira vez em 78 anos, vai aparecer no refeitório da fábrica para filmar o Halley nú, o cientista famoso e sua equipe. Todo mundo deve estar lá de capacete, pois vai ser apresentado um show sobre segurança na chuva. O diretor levará a banda para o pátio da fábrica.


DE: Mestre.
PARA: Funcionário.

Todo mundo nú, sem exceção, deve estar com os seguranças no pátio na próxima sexta-feira, às 17:00 horas, pois o manda-chuva (o diretor) e o senhor Halley, guitarrista famoso, estarão lá para mostrar o raro filme "Dançando na Chuva". Caso comece a chover mesmo, é para ir para o refeitório de capacete na mesma hora. O show será lá, o que ocorre a cada 78 anos.

E FINALMENTE NO QUADRO DE AVISOS.....

Na sexta-feira o presidente fará 78 anos, e liberou geral para a festa, às 17:00 horas no refeitório. Vão estar lá Bill Halley e Seus Cometas. Todo mundo deve estar nú e de capacete, porque a banda é muito louca e o rock vai rolar solto no pátio, mesmo com chuva.

sábado, 20 de junho de 2009

Espelho


Há um espelho no meu quarto

que ao fita-lo

compartilha o meu estado

se estou contente multiplica minha alegria

se triste silenciosamente

derrama suas lágrimas

sei que espia,de uma parede minhas lembranças frustradas

sem que me veja

de outro ângulo

o surpreendo

pressentindo me

mostra-me

a outra parede do quarto


terça-feira, 16 de junho de 2009

Ler deveria ser proibido,por Guiomar de Grammon






A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.

Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: O conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.

Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular um curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.

Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.

Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Gramaticando

Todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
Todo verbo é livre para ser direto ou indireto
Nenhum predicado será prejudicado
Nem tampouco a frase, nem a crase
Nem a vírgula e ponto final
Afinal, a má gramática da vida
Nos põe entre pausas
Entre vírgulas
E estar entre vírgulas
Pode ser aposto
E eu aposto o oposto
Que vou cativar a todos
Sendo apenas um sujeito simples...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

...

"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."

Vazamento na usina de Angra dos Reis contamina três funcionários, mas é considerado 'leve' pela estatal

Um vazamento radioativo ocorrido em 15 de maio na usina nuclear Angra 2 só foi divulgado nesta terça-feira (26/5) pela Eletronuclear, estatal que gerencia o setor. Três funcionários foram contaminados e estão em observação. A Eletronuclear afirmou em comunicado que o vazamento do material radioativo de Angra 2 foi classificado como nível 1 (o mais baixo) e por isso não há necessidade de ações reparadoras.

"O acidente em Angra 2 serve para ilustrar a incoerência de se ter no Brasil um mesmo órgão - a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) - responsável pela promoção e fiscalização da energia nuclear no país", afirma Sérgio Leitão, diretor de Campanhas do Greenpeace.

"E o fato da Eletronuclear divulgar o vazamento apenas 10 dias após o ocorrido é prova clara de que o setor nuclear no Brasil é cercado de mistério, graças à sua herança militar."

Em julho passado, duas usinas nucleares francesas tiveram vazamento de material radioativo, o que contaminou rios e prejudicou o abastecimento de água potável de algumas cidades.

Falhas de segurança foram apontadas em projetos de usinas na França e na Finlândia, inclusive em reatores considerados os mais modernos da atualidade, o EPR - que a estatal francesa Areva quer vender para o Brasil.