terça-feira, 3 de agosto de 2010

Além do que se vê

Perguntam-se os pensadores,
como os adoradores não analisam a religião.
Perguntam-se os crentes,
porque os racionais tentam compreender tudo.

Acreditar em algo vai alem da lógica, é questão de confiança,
as vezes até de otimismo.
Sou do grupo que questiona dogmas e atitudes sujas de religiões dominadoras, mas não deixa de ter fé em algo. Algo talvez não onipotente, não divino, não racional, não comprovado, mas sim, sentido.

Creio no amor pelos outros,no seus abraços de afeto,
Creio num sorriso espontâneo,na liberdade dos pássaros,
Creio no segurar das mãos,num olhar de preocupação,
Creio na força de uma amizade,na perpetuação indeterminada desse sentimento.

Tem tantas coisas que simplesmente não consigo explicar,
mas sei que existem, por senti-las de forma tão única.
Pessoas que são pedaços de mim,
pessoas que sinto que terei alem do 'sempre',
pessoas que estão conectadas a mim há séculos...

Essa crença denominei fé,
Essas pessoas, amigos,
A esses amigos, digo, quero você no meu tempo por muitas vidas.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mãe

Quem sempre me dizia que eu ia crescer
Quem sempre acreditou que eu poderia vencer
O que aconteceu pra eu não notar
Que as brigas eram uma forma de cuidar
O que pensei que me enganou
Por quanto tempo você presenciou
Minhas mentiras e minha infantilidade
Como aturou tantas confusões
Veja bem, sou tão errada pra dizer
Mas acredite quando digo que amo você

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Essa estante de encantos

Entre ir e vir
Da minha estante de encantos
Não sei…
Duplicar-te com os olhos
Olhar-te deliciada com o pensamento
Beber esse néctar ao relento
Talvez pensasse no teu perfume
Colhido no alvor da manhã
Talvez fumegasse em mim um castiçal de lume
E me apetecesse subir ao cume
E gritar baixinho…
Olho-te a todo o instante
Confidente dos meus segredos
Talvez eu esteja aí
Ao seu lado,em meus pensamentos
Explorando com os olhos
A colina e a ladeira
Talvez entre ir e vir
Fossem precisos dias e noites duplicados
Invernos secos e Verões molhados
Primaveras sem flores e Outonos em Maio
E mesmo assim talvez
Não chegasse outra vida
Para te conhecer outra vez

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Escreva sua história;por Pedro Bial

Escreva a sua história na areia da praia,
Para que as ondas a levem através dos 7 mares;
Ate tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes.

Conte a sua história ao vento,
Cante aos mares para os muitos marujos;
Cujos olhos são faróis sujos e sem brilho.

Escreva no asfalto com sangue,
Grite bem alto a sua história antes que ela seja varrida na
Manha seguinte pelos garis.

Abra o peito em direção dos canhões,
Suba nos tanques de Pequim,
Derrube os muros de Berlim,
Destrua as cátedras de Paris.

Defenda a sua palavra,
A vida nao vale nada se você nao tem uma boa história pra contar.

Autor:Pedro Bial

E ultimamente...histórias não me faltam...

terça-feira, 27 de abril de 2010

Resultado de uma prova não feita

Quer saber?
Eu tô cansada,não vou mais fazer.
São 8:35 da manhã de uma terça-feira ensolarada e eu estou aqui,presa em uma sala sem janela,fazendo uma prova da matéria que não estudei.Ah tá,tudo bem,eu só preciso falar sobre República Velha,Vargas e JK,mas falar o que?
Odeio essas questões vazias que dizem apenas comente sobre isso ou disserte sobre aquilo.Sou a pessoa mais indecisa do mundo(bem,o Bennuh é mais,eu acho,ele não consegue decidir um sabor de biscoito hahaha)e esse tipo de prova acaba com o meu dia.Não sei o que escrever,quero falar sobre tudo,mas nada me vem a cabeça.
As coisas que consigo pensar agora são:o c3 que preciso convencer meu pai a me dar,a possível programação de sábado com o Lucas Massano,o meu perfume da Dior está acabando(socorro) e tenho que juntar dinheiro...ou seja,só coisas inúteis.(Ah por falar em c3,JK abriu as portas para as indústrias estrangeiras,peraí,deixa eu colocar isso aqui na questão2)...Pronto,onde parei mesmo?Ah,sim.
Eu sei que vocês devem estar se perguntando "-A louca da Roberta está fazendo um texto ao invés de fazer a prova?" E a responda é SIM!Eu preciso enrolar até o último minuto para dizer ao professor que não deu tempo de fazer a prova toda e pedir uma segunda chamada.
...Tik Tok...on the clock...ainda faltam 30 minutos,tempo que não passa...
...Brasília!Como estava me esquecendo disso?Agora já tenho dois argumentos para o governo de JK!hehehe
Eu sou muito idiota,deveria ter estudado durante o feriadão.Quem mandou viajar pra Iguaba?0.o Ah,mas pensando bem...a viagem foi legal,faria tudo novamente."Para a moto na BR!"hahaha
O professor tá olhando pra mim,deve estar pensando "-Nossa que menina inteligente,não para de escrever." Tadinho,ele não sabe nada.hahaha
Eu preciso mudar de postura,no primeiro período não era assim.Eu fazia tudo direitinho,prestava atenção nas aulas,estudava para as provas.No segundo,não.Eu já tinha relaxado um pouco,mas colocava a culpa na Antropologia e na professora pré-histórica Valderez (ô aula chata,nem quero lembrar).Mas esse período...tá tenso.As matérias são legais,os professores são bons,mas não tenho ânimo para estudar.
...Agora faltam 15 minutos...a Lalá já saiu,a Marcela,o Yuri,o Bernardo e mais alguns desconhecidos,a Tatiana também acabou de sair.Senhor,que eu não fique aqui sozinha com o Professor!
Vou pra questão 3,República Velha,posso falar da Revolta da Vacina.Acho que foi nessa época...a Juliana saiu também...não sei porque continuo fazendo as questões,não vou entregar!
Preciso pensar em um título para esse texto caso resolva postar no meu blog.O que eu posso colocar?Prova de RSEBP?Tem que ser a sigla,porque se eu for escrever Realidade socio-ecônomica e política brasileira as pessoas vão desistir de ler.Mas também nada original isso,falta de criatividade,não gostei...a Tamara e a Rafaela saíram,a Bú também já terminou...
...Agora faltam 5 minutos...bom,vou terminar o texto por aqui pra começar a guardar minhas coisas e me preparar para pedir a segunda chamada ao professor.


Esse texto eu fiz hoje,dia 27/04 durante a prova dessa matéria de nome enorme!Como não sabia direito o que escrever nas questões fiquei enrolando e acabei escrevendo isso.hahaha A Bú e a Lalá leram e gostaram,por isso postei!
Beijos

domingo, 4 de abril de 2010

Doce amargo sabor

Pensando, pensando, pensando.
Parei para pensar.
Parei para pensar o que seria o amor.
Me perguntaram você é capaz de amar?
E respondi com um grande sim!!
Mas antes gostaria de perguntar o que é amar?
Amar será respeito, cumplicidade, fidelidade, querer bem?
Amar é algo tão, mas tão sublime que ninguém
nunca conseguiu definir ao certo.
Ultimamente tenho estado muito fria
em relação ao amor,
não amor de pais, e essas coisas de família.
Digo amor, de gostar de outra pessoa e
querer ela pra casar com você,entende?
Não sei se foi uma desilusão recente, ou se é apenas
uma fase, ou se ainda não chegou uma pessoa
que valesse a pena.
Bem, eu sei que na verdade eu queria
hoje alguém para eu dizer:- Eu te amo!
É preciso reconquistar em mim esse tal.
Esse tal sentimento.
Amar é doce e amargo.Basta saber a dose certa para que seja doce.
Mais uma dose? Sim,sim.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Paraíso

Eu queria mesmo poder viver da minha loucura e sobreviver das minhas paixões. Achar um amor perdido e encaminhá-lo de mãos dadas para as portas ainda fechadas do paraíso ilusório. Pedir para que alguém as abra, e fazer de tudo para que ele consiga entrar. Eu não tenho vontade de entrar no paraíso. Não quero que minha vida se torne um inferno.

terça-feira, 9 de março de 2010

O pintor da lua




Era tão tímido que se escondia em qualquer lado, nos roupeiros, na gaveta das toalhas, no sótão, debaixo da mesa. Não gostava que estivessem sempre a falar dele, a medi-lo para ver se tinha crescido, a pesá-lo para ver se engordara, a perguntarem-lhe se gostava de desenhar só para lhe ouvirem a voz.
A professora olhava para ele, chamava-o "Vem cá!" ele dizia "Quem? Eu?!". Não queria ser ele, mesmo que soubesse tudo na ponta da língua, não queria ser ele a ter que se levantar, pegar no livro, ler, interpretar! "Quero lá saber! Esta história não é minha! Eu ouço os pássaros lá fora e o sussurro do vento nas folhas das laranjeiras, quero roubar um ovo no galinheiro e fazer uma gemada amarela, tão amarela como o sol, afogá-la em açúcar e depois derretê-la na boca devagar, devagar..."
Gostava de andar por aí, aprender com o pai os segredos da terra, com a mãe a linguagem das plantas, contar as estrelas do céu, sonhar com os peixes do mar e depois, sozinho no silêncio da tarde à sombra de uma árvore, pegar nos lápis de cor e desenhar os mundos que a sua cabeça já não era capaz de conter e saíam por todos os lados e deslizavam pela gola do casaco, penduravam-se no cachecol e chegavam mesmo a entrar-lhe sorrateiramente pelas botas.
Quando já não cabia na gaveta das toalhas, nem debaixo da mesa e mesmo os roupeiros eram pequenos para si, passou a esconder-se de outras maneiras mais elaboradas, mais engenhosas. Os seus desenhos cresceram com ele e quando na rua alguém o reconhecia e apontava "Ali vai o Pintor!" ele dizia "Eu?!"
Quando inaugurava uma exposição de pintura e lá estavam, um presidente de qualquer coisa, um vereador de uma outra e uma senhora elegante e perfumada e falavam alto, muito alto para que todos ouvissem e diziam "Meu caro amigo!!É com enorme prazer..." ele sentia medo e procurava um sótão para se esconder, mas não é muito comum existirem sótãos nas galerias de arte, ou galerias de arte em sótãos.
Às vezes não aparecia mesmo e fugia para o mar e andavam todos à sua procura e cansados de esperar, discursavam uns para os outros, batiam palmas uns para os outros e comiam croquetes e rissóis pequeninos acompanhados por um cálice de vinho do Porto também pequenino e diziam "É uma honra...", uns para os outros.
Uma noite, esgotadas as fugas e as contra fugas, abandonada a sala no silêncio dos sonhadores, no chão os guardanapos de papel murchavam em patéticos recados "me liga?" ou "tenho saudades..." e ele absorto, distraído das telas e das tintas, ali parado a pensar que as aranhas, se falassem...
-É lindo, este quadro da lua! -disse ela.
-Sim...eu também gosto muito- respondeu, acrescentando timidamente -É meu...
-Eu sei! Já li todos os seus quadros. -disse a mulher.
Ele olhou-a espantado e viu-a. Podia ser a avó, a mãe, a mulher, tanta mulher numa só pessoa, os olhos doces, o desenho das rugas na face expressiva e na sua cabeça já lhe desenhava para sempre o rosto e as alegrias de uma vida tão longa e as tristezas de quem sabe tanto e espera ainda tanto e teve tão pouco e diz não faz mal, pudesse eu ler todos os seus quadros, porque ler as letras eu não sei, éramos tantos e o bibe era curto e o lápis pequeno e a escola tão fria. As letras não sei, mas aprendi o olhar dos outros e as canções da vida, a cor da farinha e do fermento, os tabuleiros dos bolos de noiva, o cheiro da chuva e do anoitecer. E leio, leio tão bem a sua pintura, as falas que me conta em cada traço, a história da lua e da terra a secar, pudesse eu ter esse quadro ao fundo da minha cama e nunca mais teria medo ao deitar!
-Está reservado? Eu poderia comprá-lo às prestações? -perguntou ela baixinho.
Ele sentiu o coração enrolado e viu a avó, a mãe, tantas mulheres naquela mulher e deu-lhe o braço e ofereceu-lhe um Porto e dançou com ela entre a lua e o sol e mentiu-lhe como um namorado e disse, não está à venda, está reservado dentro do meu peito, deve ser do vinho não sei o que o digo nem o que faço!
E na madrugada fria e deserta embrulhou o seu quadro em papel de seda da cor do luar, com cordel de prata deu três voltas inteiras e um laço lasso, inventou um arauto e mandou-o entregar com este recado: "Peço desculpa pela confusão! Afinal o quadro foi sorteado e saiu-lhe a si porque foi a senhora mais linda que leu a minha exposição!"
Depois daquela noite, o pintor nunca mais se escondeu e sonha que o seu quadro da lua terá ainda por companhia, os pés de uma cama onde dorme uma menina, uma senhora, uma mulher, naquela mulher.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

"Vou cavalgar por toda a noite
Por uma estrada colorida
Usar meus beijos como açoite
E a minha mão mais atrevida
Vou me agarrar aos seus cabelos
Pra não cair do seu galope
Vou atender aos meus apelos
Antes que o dia nos sufoque

Vou me perder de madrugada
Pra te encontrar no meu abraço
Depois de toda cavalgada
Vou me deitar no seu cansaço

Sem me importar se nesse instante
Sou dominado ou se domino
Vou me sentir como um gigante
Ou me sentir um passarinho

Estrelas mudam de lugar
Chegam mais perto só pra ver
E ainda brilham de manhã
Depois do nosso adormecer

E na grandeza desse instante
O amor cavalga sem saber
Que na beleza dessa hora
O sol espera pra nascer

Estrelas mudam de lugar
Chegam mais perto só pra ver
E ainda brilham na manhã
Depois do nosso adormecer"

Simples assim...





Um Passado...

Uma menina, um desejo, um sentimento escondido, uma ausência, um bater forte de coração, mãos tremulas, uma voz rouca, um olhar tímido, um sorriso, uma música. Um menino lindo, o mais, o melhor, o tudo de bom, um ciúme, uma vergonha, um erro, um suspiro, A palavra nunca dita, o beijo nunca dado, ... O primeiro amor, o amor que não aconteceu, a primeira lágrima..., Um desencontro, uma perda...

Um Presente...

Uma mulher, uma descoberta, um reencontro, um sentimento, um desejo, uma conquista. Um lindo homem... Uma palavra, vários sorrisos, um encantamento, uma esperança, uma loucura, um medo, uma dúvida, um talvez, uma caminhada, uma espera... , dois corações.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Mineiro na cozinha

Sapassado, era sessetembro, taveu na cuzinha tomando uma picumel e cuzinhando um kidicarne
com mastumate pra fazê uma macarronada com galinhassada.
Quascaí de susto, quando ouvi um barui de dendoforno, pareceno um tidiguerra. A receita mandopô
midipipoca dentro da galinha prassá. O forno isquentô, u mistorô e o fiofó da galinha ispludiu!!
Nossinhora! Fiquei branco quinein um lidileite. Foi um trem doidimais!!
Quascaí dendapia! Fiquei sensabê doncovim, proncovô, oncotô.
Óiprocevê quelucura!!!
Grazadeus ninguém simaxucô!

Humbração procêis!